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ONU tem como Tema “Mulheres e Meninas Autistas” para o Dia 02 Abril.


Meninas e mulheres autistas não são raras,

são ignoradas e inviabilizadas.

Quem acompanha nossa página do facebook sabe que já faz algum tempo que tanto em nossa página como também mulheres autistas e ativistas como: Amanda Paschoal, Rita Louzeiro, Fernanda Santana, Selma Sueli Silva e muitas outras, sempre tem falado sobre o fato de que autismo não é apenas uma condição do sexo masculino. E que o percentual comparativo divulgado esta errôneo, já que quando falamos em autismo, devemos nos lembrar que os primeiros estudos, escalas e análises foram direcionados em específicos para meninos. Deixando de lado as meninas. O resultado disso muitas vezes foi que o uso dessas escalas fez com que meninas só fossem diagnosticadas quando o seu autismo era “Severo”. Isso porque não se era analisado em especifico como o autismo em mulheres se apresentava, considerando suas nuances e graus.



O Autismo é diferente em meninas

Os cientistas nos últimos anos desenvolveram várias pesquisas para analisar a razão de gênero distorcida do autismo. Sobre o sub-diagnóstico em Mulheres podemos verificar Gould e Ashton-Smith(2011). E também um estudo grande realizado em 2012 pela Francesa neurocientista cognitiva Happ do King College Londres e seus colegas que perceberam comparou a ocorrência de traços de autismo e diagnósticos formais em uma amostra de mais de 15.000 gêmeos. Eles descobriram que, se os meninos e meninas tinham um nível semelhante de tais características, as meninas precisavam ter mais problemas comportamentais ou deficiência intelectual significativa, ou ambos, para serem diagnosticados. Em 2014, o psicólogo Thomas Frazier, da Cleveland Clinic, e seus colegas avaliaram 2.418 crianças autistas, das quais 304 eram meninas. Eles também descobriram que as meninas com o diagnóstico tinham mais probabilidade de ter baixo QI e problemas extremos de comportamento. Frazier encontrou mais evidências de que as meninas autistas estão sendo prejudicadas, em um estudo de 2013 mostrou que meninas autistas geralmente recebem seus diagnósticos mais tarde do que os meninos.


Jovens autistas protagonistas de campanhas de conscientização:

Depois da colaboração de tais pesquisas, que ainda continuam sendo feitas passou-se a falar mais sobre mulheres autistas. Surgiram algumas notáveis Campanhas como a National Autistc Society com a campanha Don’t Panic publicou 2 videos : 2017 ‘Make It Stop’. E agora em 2018 o vídeo ‘Diverted’, protagonizado por Jovens autistas, e sensação ruim de sobrecarga a estímulos. Já o site The Guardian no seu projeto “The Party” onde o telespectador pode ver em um vídeo de 360 graus, como é a sensação de uma jovem autista mulher de 15 anos em uma festa de aniversário. Em comum ambas campanhas são protagonizadas por mulheres tentando lidar com a estímulos e a sobrecarga do mesmo, tentando se controlar e se comportar como a “sociedade pede” mascarando suas dificuldades.


Campanha da ONU

Esse ano a ONU escolheu como Tema para o ano de 2018 ‘Empoderando Mulheres e Meninas autistas’. Isso é um grande avanço e conquista. E esse olhar voltado as autistas do gênero feminino ocorreu a princípio em novembro de 2017, onde a Assembléia da ONU adotou uma resolução chamando a atenção para os desafios específicos que as mulheres e meninas com deficiência enfrentam no contexto da implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD). A resolução expressa a preocupação de que as mulheres e meninas com deficiência estejam sujeitas a formas diversas de discriminação e exclusão. A comemoração do Dia Mundial da Conscientização do Autismo de 2018 na sede da ONU em Nova York enfocará a importância de empoderar as mulheres e meninas autistas e envolvê-las em suas organizações representativas na formulação de políticas e decisões para enfrentar esses desafios.


Mas e no Brasil?

No Brasil mesmo depois de tais pesquisas ainda divulgamos que a incidência falha de que autismo é uma condição que afeta mais meninos que meninas. Repetimos o discurso descabido da Autism Speaks: que alguém traduziu, replicou e todos nós ao chegarmos na “causa Autismo” já fomos aderindo. “mundo azul”, “cor azul”, sem pesquisar, sem analisar os fatos, de que a cor azul e o símbolo de quebra cabeça da logomarca da Speaks em sua tacada de publicidade colocando no dia 2 de abril, a sua cor símbolo azul com a sua logo e passamos a replicar ecolalicamente que o azul significa que o autismo é predominantemente masculino, ajudando e contribuindo em sua arrecadação de fundos com a campanha Light it up blue “Ilumine-se de Azul”( A qual nenhum dos seus orçamentos vai realmente para ajudar pessoas autistas e suas famílias).Repetir esse discurso para muitos podem não soar maléfico, “não importa a origem”, “pode ser dito que o autismo é azul porque é predominante no sexo masculino”. Mas Tais afirmativas são prejudiciais. Porque ele é replicado pela sociedade, pelos meios de comunicação. E por muitos especialistas que deixam de ter aquele olhar mais atento no momento de avaliar adequadamente aquela criança que acaba recebendo diagnósticos errado de outras condições, ou nem recebendo em muitos casos. E por que não usarmos a representação inicial proposta? Qual? Há do autismo ser representado por várias cores, para destacar a diversidade(sexo, origem, etnia etc) e neurodiversidade (Graus do autismo)? É esse o convite que vários autistas nos tem feito!


Autismo não é só azul!

E a pergunta que fica: Como vamos seguir a recomendação da ONU? Como vamos


“empoderar” “mulheres autistas” se nossa sociedade que ignora a existência delas, divulga o autismo como algo raro. Para dar empoderamento precisamos reconhecer que elas existem, que não são raras e sim ignoradas. E precisamos direcionar políticas públicas em apoio ao diagnóstico precoce e apoio para podermos dar-lhes empoderamento quanto a sociedade…






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